domingo, 9 de agosto de 2009

Meu Pai!

Minha história não é única... Muitos já passaram por isso.

Vim escrever sobre o meu pai. Quando eu tinha 11 anos, ele se foi.

Há 22 anos sinto sua falta, como se ele tivesse partido no dia anterior.
Sinto uma saudade enorme cada vez que me lembro dele e dos momentos felizes que partilhamos.
Sempre tive capacidade de fazer cada emoção vivida, se eternizar dentro da minha alma. Especialmente, as da minha infância.

Não esqueço de um dia, quando meu pai me mandou na padaria comprar pão, e, com o troco(dele, é claro!), eu comprei um chocolatinho pra lhe presentear. Coisas de criança...

Quando eu cheguei em casa, dei-lhe o chocolate, e ele, me agradeceu feliz. Era aquele chocolate refeição, sabe? Um bem pequeno. Achei que nada de importante teria neste meu presentinho...

Passado alguns meses, foi chegando o dia dos pais. Eu estava na 2ª série. A professora pediu que cada um fizesse um cartão para dar ao pai. Este, deveria ser colocado em algum lugar que ele enxergasse.

Cheguei em casa radiante, contando para a minha mãe e combinando onde eu poderia esconder o cartão pra ele ver.

Sempre que meu pai chegava em casa, eu corria pra buscar o chinelo dele.
Ele sentava no sofá, eu tirava as meias e o sapato dele, e colocava-lhe o chinelo. Eu sempre fazia isso! Sempre!!!

Então pensei em colocar o cartão perto do chinelo, pois achei que ele poderia perguntar que papel era aquele. Nada! Ele nem notou...

Falei com a mãe, e ela me sugeriu que eu colocasse perto do óculos, que logo ele pegaria pra assistir televisão e veria. Nada! Ele também não reparou...

Eu, já estava ficando triste, quando pensei na última opção: colar no espelho do banheiro. Pois com certeza, antes de deitar ele enxergaria meu cartão tão especial, feito com todo amor do mundo. Mas... ele não percebeu...

Fui deitar, chorando desesperada, achando que meu pai não gostava de mim...
Minha mãe, conversou com ele e contou que eu estava chorando, porque ele não tinha visto meu cartão.

Meu pai então, sempre maravilhoso, com aquele jeito carinhoso, veio até minha cama e estava chorando por não ter visto o presente. Ele trouxe junto sua carteira. Olhou pra mim e tirou de dentro dela, aquele chocolate que eu tinha lhe dado há meses atrás.

Ele não me disse absolutamente nada! Só ficou ali comigo. E só o fato de ele ter guardado como se fosse um tesouro o chocolate que eu lhe dei, comprado com o dinheiro dele, fez eu me sentir a pessoa mais importante do mundo.

Fui dormir feliz e contente por Deus ter me presenteado com aquele Pai! O melhor de todos!

Hoje, mesmo sem sua presença aqui comigo, ainda agradeço todos os dias, pelo meu pai que eu amo com toda intensidade desse mundo.

2 comentários:

  1. Lindo Valesca!Lindo mesmo!

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  2. Quisera poder ler a mesma história... contada por teu pai!!! Ter uma filha como tu deve ter sido um grande barato!!! (e facilitado as coisas um bocado)

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